No final do século XX principalmente a partir dos anos de 1990, começaram a nascer, inicialmente em Pernambuco, diversos grupos dedicados a arte do Maracatu de Baque Virado, mas que em uma série de aspectos diferenciavam-se das tradicionais Nações de Maracatu. Motivados entre outras coisas, pela forte presença do movimento Manguebeat, já no final da década de 90 era possível encontrá-los em cidades fora de Permambuco, dando início a um movimento de expansão da arte do Maracatu de Baque Virado, que atualmente já alcançou quase todas as capitais do país e diversas cidades pelo mundo. Estes grupos, também nomeados por muitos simplesmente como grupos percussivos, acabaram por construir o uma nova relação com a Cultura do Maracatu, porém muitas vezes mais dedicados a sua música do que a outras questões desta cultura.

São muitas as características que diferenciam uma Nação de Maracatu de um Grupo de Maracatu, como não poderia ser diferente cada grupo tem suas peculiaridades, mas de um modo geral, podemos destacar dois aspectos que marcam estas diferenças:

Na maioria dos casos os Grupos de Maracatu não mantém relação com a religiosidade de Matriz Africana e/ou Ameríndia, ainda que em muitas situações alguns de seus integrantes estejam ligados a esta religiosidade, via de regra não é esta a finalidade da maioria dos grupos ou agremiações.

Também em muitos casos os Grupos de Maracatu não mantém em suas apresentações a estrutura da corte, ou seja, não desfilam com integrantes caracterizados como Rei, Rainha, Dama do Passo e etc. Subistituindo a corte em diversas situações por um corpo de dançarinas(os).

Preferimos adotar Grupos de Maracatu e não Grupos Percussivos, por acreditar que o sugundo termo é muito abrangente e não dá conta de nomear os grupos dedicados apenas a cultura do Maracatu de Baque Virado.

Apenas por fins didáticos adotamos aqui três designações que consideramos esclarecedoras, sem, é claro, ter a pretenção de encerrar a discussão acerca dos desdobramentos da Cultura do Maracatu de Baque Virado, são elas:

  • Nações de Maracatu: são os grupos tradicionais, muitas vezes seculares e que na maioria dos casos estão ligados a religiosidade de matriz africana e/ou ameríndia. Apresentam-se com um grupo de batuqueiros responsáveis pela execussão musical, regidos por um mestre(a), e com uma corte formada por personagens caracterizados como Rainha, Rei, Dama do Passo e etc.
  • Grupos de Maracatu: usamos esta terminologia para nomear os grupos que trabalham exclusivamente com a cultura do Maracatu de Baque Virado, sem promover em sua apresentação, misturas com outros ritmos ou folguedos da cultura popular brasileira, e que, utilizam apenas instrumentos percussivos encontrados nas tradicionais Nações de Maracatu de Baque Virado, tais como a Alfáia/Afaya ou Bombo, o Gongue, entre outros, não mantendo institucionalmente vinculo religioso.
  • Grupos que utilizam a linguagem do Maracatu de Baque Virado: são grupos que se utilizam da linguagem artística do Maracatu de Baque Virado para compor outras musicalidades, promovendo misturas com diversos ritmos, danças e instrumentações, sem muitas vezes limitar-se a instrumentos percussivos.

Veja listas de Grupos de Maracatu:

Grupos de Maracatu de Baque Virado em Pernambuco

Grupos de Maracatu de Baque Virado pelo Brasil

Grupos de Maracatu de Baque Virado pelo mundo